quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Entrevista




ENTREVISTA com:
Maria Carolina Ferron


Maria Carolina Ferron, é professora de PPI da
Faculdade Sumaré - Unidade Imirim
Cursos:
Educação Inclusiva - 3 - IPEN1A, Fundamentos Da Interdisciplinaridade - 7 - IPEN1A, Fundamentos Da Interdisciplinaridade - 7 - IPEN1A_EAD, Fundamentos Da Interdisciplinaridade - 7 - IPEN2A, Fundamentos Da Interdisciplinaridade - 7 - IPEN2A_EAD, Projeto Profissional Interdisciplinar II - 2 - IPENMA, Educação Inclusiva - 3 - IPENMA, Tutoria De Educação Inclusiva - TUT_EI_A, Tutoria De Educação Inclusiva - TUT_EI_C


1. Sempre quis essa profissão ou foi algo que surgiu de repente?

Iniciei como auxiliar de classe aos 15 anos. Amava o que fazia, porém, a remuneração era muito baixa. Chegou a época de vestibular, a única certeza que tinha, era a de que eu queria ganhar dinheiro...rsrs...
Iniciei a graduação de Engenharia, mas tranquei. No ano seguinte fui fazer comunicação social com ênfase em publicidade e propaganda. Formei-me. Depois de formada percebi que faltava algo, pensei na época de auxiliar, e percebi que realmente só era feliz quando estava com as crianças. Foi aí, 1 ano e meio depois de formada que fui fazer Pedagogia.

2. Quais os desafios que enfrentou pra chegar até aqui?
Desde que iniciei o curso de Pedagogia, eu tive bastante sorte. Já iniciei como professora, em escola pequena de educação infantil, mas com a minha própria sala, que é muito bom e estimulador para quem inicia. Desde então comecei a fazer diversos cursos na área, pois meu objetivo era colégios grandes. Já que estava nessa área, queria o melhor.
Mas com o passar dos anos, o melhor é relativo. Pois colégios grandes pagam muito bem, porém, tem algumas políticas muitas vezes contrária ao que você pensa. O maior desafio que tenho que enfrentar até hoje, é ficar quieta dentro da escola, devido sua política, pois muitas vezes quando questionamos as coisas, não somos bem vistas. E às vezes pagamos um preço por isso.

3. Qual a sua opinião a respeito da educação nos dias de hoje?
A educação privada virou um comércio e a pública um descaso.
Os grandes colégios visam apenas o Enem. E muitas vezes os pais fazem de tudo para colocar seus filhos nos colégios que estão em primeiro lugar no Enem, e muitas vezes esse não é o melhor colégio para seu filho. A mídia estragou demais a educação. Pois as pessoas pensam que só porque aquele colégio aparece na mídia ele é o melhor e não sabem como eles realmente funcionam. Falo isso, pois já trabalhei em colégios ranqueados em primeiro no Enem.

4. Quais as disciplinas que mais gosta de trabalhar?
Primeiramente AMO a alfabetização, pois ela é a base de toda a educação. Mas adoro as disciplinas que leciono como, Educação Inclusiva e Fundamentos da Interdisciplinaridade.

5. Como foi pra você lidar com os questionamentos na sua primeira avaliação da turma?
Os questionamentos devido às notas baixas foram diversos. Na verdade diversas reclamações. Muitos alunos não concordaram com a nota atribuída por mim. Mas desde a primeira aula presencial informei sobre cópias de trabalho, que isso eu não admitiria, que trabalhos nessa categoria teriam nota zero. Muitas pessoas devem ter achado que eu não conferiria os trabalhos, que eu não saberia se era cópia ou não enfim, cada um com seu motivo. Acabei não atribuindo a nota zero, acreditando que poderia dar mais uma chance para as pessoas tentarem ao menos fazer o trabalho.
Quando temos um grande número de alunos com nota baixa e um grande número de reclamação é difícil, pois muitas vezes pensamos que o erro está em nós professores, mas nesse caso o erro era a cópia de trabalho, e nesse caso, devemos permanecer com o que foi falado logo no início do curso e arquivarmos todos trabalhos enviados pelos alunos para não termos problemas futuros.

6. Em sua opinião, as quatro aulas presenciais de PPI, são suficientes ou você preferiria que tivesse mais aulas?
Seriam suficientes se os alunos fizessem as atividades propostas. Fossem tirando suas dúvidas no decorrer do processo. O que acontece com o PPI, é que muito alunos não fazem o que foi solicitado, aí quando chega a data final, não entendeu nada do que foi proposto e fica parecendo que só as quatro aulas presenciais foram poucas. Mas o empenho e dedicação do aluno são fundamentais.

7. Qual conselho daria para nós, futuras pedagogas?
Primeiramente que ESTUDEM, LEIAM. Ler é essencial. Mas ler artigos científicos, livros de autores renomados, não ler apenas o que é solicitado pelo professor. Quer dizer, devem ler no mínimo o que o professor solicita. Que questionem a educação. Mas só podemos questionar quando entendemos, sabemos o que estamos falando e para isso precisamos ESTUDAR. Que não desanimem diante as dificuldades, principalmente quando se depararem com empresas e não escolas.

8. Olhando para o lado político da educação, o que você acha que as autoridades poderiam fazer para melhorar o ensino no Brasil?
Eu acredito em uma mudança de sistema educacional. Enquanto tivermos essa educação arcaica de cadeiras enfileiradas, alunos tendo que ficar mudos, calados, pois atrapalha o andamento da sala e os colegas. A educação continuará como está. Tem que ser uma mudança revolucionária sim. Devemos nos espelhar na Escola da Ponte e ver o quanto aquele sistema funciona, principalmente para os alunos que temos hoje, com acesso a informação o tempo todo.
Como disse José Pacheco (Mestre em Ciências da Educação e ex diretor da Escola da Ponte) “...Onde houver séries de aulas assentes na crença de ser possível ensinar a todos como se de um só tratasse, não haverá inclusão.”
Finalizo dizendo que devemos lembrar que nem todos aprendem da mesma forma e maneira, e é isso que devemos mudar na forma de ensinar, lembrando que cada aluno é único e cada um deve aprender a sua maneira.

Grupo 5 - Adriana, Elaine, Elizabeth, Regiane Karolaine e Roseli

3 comentários:

  1. Excelente entrevista meninas! Parabéns...

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  2. Muito legal a entrevista! Fiquei feliz de ver como nossa professora é consciente e experiente na profissão. Achei a seleção de perguntas também muito boa!
    Parabéns!

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  3. Meninas, tudo bem?

    Desculpa a demora em visitar o blog de vocês.
    Gostei bastante. Parabéns!
    Nesse semestre estarei na unidade da Sumaré. Quando precisarem, pode chamar.

    Um grande beijo

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