terça-feira, 30 de novembro de 2010

Poesias - Mário Quintana

O AUTO-RETRATO

No retrato que me faço
- traço a traço -
Às vezes me pinto nuvem,
Às vezes me pinto árvore...

Às vezes me pinto coisas
De que nem há mais lembrança...
Ou coisas que não existem
Mas que um dia existirão...

E, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
Minha eterna semelhança,

No final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

Mario Quintana (Apontamentos de História Sobrenatural)

O TEMPO
A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando
se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado...
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo...
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana

Adriana, Elaine, Elizabeth, Regiane Karolaine e Roseli

2 comentários:

  1. Ótima escolha, Mario Quintana nos faz refletir sobre o tempo. E que está passando bem depressa...

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  2. Olha meninas, poucas pessoas tem a sensibilidade de apreciar Mário Quintana. A escolha de vocês me é muito grata. De um modo geral, esse espaço tem oferecido agradáveis surpresas.
    Parabéns!

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